Dia desses conversando com uma amiga que mora na Espanha me dei conta - ok, demorei um pouco - pra perceber que felicidade realmente é uma invenção americana e que ela existe em alguns momentos. Nos formamos juntos e essa amiga foi fazer mestrado na Espanha e já engatou um doutorado, isso aos 24 anos.
Confesso que sempre senti um naco de inveja dela,já que teve a coragem - o apoio financeiro tambem - para investir numa carreira acadêmica e essa carreira a levou para o exterior. Eu, por falta de opção, cai de cara no mercado de trabalho e não parei nem para pensar numa especialização ( trabalhando mais de 10 horas por dia é possível?).
Trabalho, trabalho e trabalho e não vejo o resultado do que faço mudando a vida de alguém de forma significativa. Acho que jornalista tem dessas de achar que vai mudar a vida dos outros com uma frase bem colocada ou uma imagem forte. Também me cansa um pouco o fato de trabalhar em Mato Grosso do Sul, que convenhamos não é o centro jornalístico do Brasil.
Daí que a gente começou a conversar sobre felicidade, eu jurando que ela era mega-blaster-hiper feliz por morar fora, já ser uma pesquisadora em jornalismo com certo nível de reconhecimento em sua área. Não que caí do cavalo? Ela se revolou enfiada em alguns momentos de depressão iguais aos meus, com frustrações até parecidas. Ela disse que fica triste e ver que analisa, analisa, produz e que o trabalho prático dela não resulta em nada do ponto de vista prático. Fala se não é a situação invertida?
Claro que não temos muito do que reclamar - até porque num país onde a maioria da população vive com sálario mímo - até que vamos bem, obrigado pra quem tem 25 anos e é filho do interior do interior do Brasil. A gente precisa aprender que felicidade é mesmo só questão de ser.
Aproveitando pra falar de felicidade, já ouviram essa música do Marcelo Jeneci? Dessa música que eu roubei o título do post e é um tapa sobre o significado desse sentimento, pra quem vive no meio do Mato ou na Europa.
Rivotril: maravilha, by Roche!
