sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Mensagem de Fim de Ano - parte I
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Natal no RH

O RH do Inferno entra em plantão todos os Natais, e desde que Constantino - a quem chamo o Maldito - abraçou o cristianismo, passo os dezembros de plantão. Só para lembrar, quando comecei por aqui Nabucodonossor II ainda era velado na Babilônia e eu ainda me esforçava em aprender acadiano.
A decoração é proibida e festa nem pensar. Apenas as costumeiras, e as temos quase que diariamente.
Neste ano, com Tábata em Grenoble e Pavi em São Paulo trabalhando, o plantão promete ser bastante chato, a não ser que políticos brasileiros ilustres morram antes do Dia de Reis. Ainda bem que o estoque de Absolut e Grey Goose está alto por aqui.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Mensagem de Natal

Já disse aqui em post anterior que apesar de a maioria desconhecer, os RHs do céu e do inferno são o mesmo. Os objetivos, organização, regras, são as mesmas. Acreditem ou não, não importa. O que importa é que comemoro o Natal, sem medo de ser feliz ou de reprimendas no trabalho (risos). Devo à minha mãe, como a tantas outras coisas, o amor pela data. Com ela devo passar a noite, feliz =D
Aproveito para usar uma mensagem muito bonita de Frei Beto:
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Reflexão...
Roubos, furtos, latrocínios e suicídios aumentam considervelmente nesta época de bônus, caixinhas e décimos terceiros, presentes e amigos secretos da minoria.
Pensemos em tudo isso e lembremos as palavras do André Dahmer: OU O MUNDO SERÁ DE TODOS, OU NÃO SERÁ DE NINGUÉM. Reflitamos :)

(Arte: André Dahmer modificada)
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Natal Infernal - São Paulo
Os poucos blogueiros que têm tido coragem de atacar o tema ou mesmo dizer que pessoalmente não gostam de Natal têm sido tratados como párias.
Eu sempre adorei Natal, o feriado preferido de minha mãe, por razões pessoais, familiares e de tradição religiosa, mas minha vida neste final de semana foi um verdadeiro INFERNO.
A cidade está com suas principais vias públicas PARADAS por gente que irresponsavelmente pára seu carro no meio das ruas para olhar árvores, luzinhas e bischos toscos que se mexem (não estamos falando de nenhuma Disneylândia aqui...).
Apesar de o Código Brasileiro de Trânsito definir que a velocidade mínima em uma via pública não pode ser menor que metade da máxima definida e proibir estacionamento em fila dupla, as pessoas ignoram o fato. A CET nada faz sobre isso, e uma horda de gente pára com câmeras (digitais ou não) para tirar fotos das luzinhas e enfeites de gosto duvidoso, bem como consumir pipoca, cachorros-quentes e outras guloseimas de alto valor calórico e pouco nutricional.
Consumo é a palavra chave. O Natal virou um feriado de CONSUMO. E o pior é que nunca vi um ecochato reclamando do aumento do gasto energia causado por tantas lampadazinhas, que com certeza jogam os 3 a 4% de economia com o malfadado horário de verão pelo ralo.
Sábado à noite sentei com um amigo na Padaria Bela Paulista, para tomar um chopp. A temperatura estava insuportavelmente quente. Ao perguntar para uma funcionária se o ar estava quebrado, ela me explicou que estava na ventilação, pois com a quantidade de lampadazinhas instaladas, se a refrigeração fosse ligada o disjuntor central caia. As pessoas acham que essas porcarias que vêm da China são luzinhas mágicas do Pólo Norte que não consomem Watts. De lá fui a uma festa marcada para as 22h e qual não foi minha surpresa. Cheguei 23h e eu e meu amigo fomos os primeiros a chegar. Porque TODOS estavam atrasados pelo trânsito da cidade com luzinhas.
Domingo a cena se repetiu, mas não entrarei em maiores detalhes.
Várias pessoas já me disseram que se pudessem ateariam fogo àquela árvore da Av. Brasil. Acredito que não por não gostarem de Natal, mas pela tortura que está nos impondo...
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Natal chegando...
A foto é da fachada decorada do Colégio Marista Arquidiocesano de Santa Cruz, em SP.
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Cartão de Natal
Frei Betto*
Feliz Natal a quem não planta corvos nas janelas da alma, nem embebe o coração de cicuta e ousa sair pelas ruas a transpirar bom-humor.
Feliz Natal a quem cultiva ninhos de pássaros no beiral da utopia e coleciona no espírito as aquarelas do arco-íris. E a todos que trafegam pelas vias interiores e não temem as curvas abissais da oração.
Feliz Natal aos que reverenciam o silêncio como matéria-prima do amor e arrancam das cordas da dor melódicas esperanças. Também aos que se recostam em leitos de hortênsias e bordam, com os delicados fios dos sentimentos, alfombras de ternura.
Feliz Natal aos que trazem às costas aljavas repletas de relâmpagos, aspiram o perfume da rosa-dos-ventos e carregam no peito a saudade do futuro. Também aos que semeiam indignações, mergulham todas as manhãs nas fontes da verdade e, no labirinto da vida, identificam a porta que os sentidos não vêem e a razão não alcança.
Feliz Natal a todos que dançam embalados pelos próprios sonhos e nunca dizem sim às artimanhas do desejo. Aos que ignoram o alfabeto da vingança e jamais pisam na armadilha do desamor, pois sabem que o ódio destrói primeiro a quem odeia.
Feliz Natal a quem acorda, todas as manhãs, a criança adormecida em si e, moleque, sai pelas esquinas quebrando convenções que só obrigam a quem carece de convicções. E aos artífices da alegria que, no calor da dúvida, dão linha à manivela da fé.
Feliz Natal a quem recolhe cacos de mágoas pelas ruas a fim de atirá-los no lixo do olvido e guardam recatados os seus olhos no recanto da sobriedade. A quem resguarda-se em câmaras secretas para reaprender a gostar de si e, diante do espelho, descobre-se belo na face do próximo.
Feliz Natal a todos que pulam corda com a linha do horizonte e riem à sobeja dos que apregoam o fim da história. E aos que suprimem a letra erre do verbo armar e se recusam a ser reféns do pessimismo.
Feliz Natal aos que fazem do estrume adubo de seu canteiro de lírios. Também aos poetas sem poemas, aos músicos sem melodias, aos pintores sem cores e aos escritores sem palavras. E a todos que jamais encontraram a pessoa a quem declarar todo o amor que os fecunda em gravidez inefável.
Feliz Natal aos ébrios de transcendência e aos filhos da misericórdia que dormem acobertados pela compaixão. E a todos que contemplam ociosos o entardecer, observando como o Menino entra na boca da noite montado em seu monociclo solar.
Feliz Natal a quem não se deixa seduzir pelo perfume das alturas e nem escala os picos em que os abutres chocam ovos. E a todos que destelham os tetos da ambição e edificam suas casas em torno da cozinha.
Feliz Natal a quem, no leito de núpcias, promove uma despudorada liturgia eucarística, transubstanciando o corpo em copo inundado do vinho embriagador da perda de si no outro. E a quem corrige o equívoco do poeta e sabe que o amor não é eterno enquanto dura, mas dura enquanto é terno.
Feliz Natal aos que repartem Deus em fatias de pão e convocam os famélicos à mesa feita com as tábuas da justiça e coberta com a toalha bordada de cumplicidades.
Feliz Natal aos que secam lágrimas no consolo da fé e plantam no chão da vida as sementes do porvir. E aos que criam hipocampos em aquários de mistério e conhecem a geometria da quadratura do círculo.
Feliz Natal a quem se embebeda de chocolate na esbórnia pascal da lucidez crítica e não receia pronunciar palavras onde a mentira costura bocas e enjaula consciências. E a todos que, com o rosto lavado das maquiagens de Narciso, dobram os joelhos à dignidade dos carvoeiros.
Feliz Natal a todos que sabem voar sem exibir as asas e abrem caminhos com os próprios passos, inebriados pelos ecos de profundas nostalgias. E aos que decifram enigmas sem revelar inconfidências e, nus, abraçam epifanias sob cachoeiras de magnólias.
Feliz Natal aos que saboreiam alvíssaras nos bosques onde vicejam anjos barrocos e nadam suas gorduras deixando os cabelos brancos flutuarem sobre a saciedade de anos bem vividos. E a todos que dão ouvidos à sinfonia cósmica e, nos salões da Via Láctea, bailam com os astros ao ritmo de siderais incertezas.
Feliz Natal também aos infelizes, aos tíbios e aos pusilânimes, aos que deixam a vida escorrer pelo ralo da mesquinhez e, no calor de seus apegos, vêem seus dias evaporar como o orvalho aquecido pelo alvorecer do verão.
Queira Deus que renasçam com o Menino que se aconchega em corações desenhados na forma de presépios.
*Frei Betto é escritor, autor do romance "Entre todos os homens" (Ática), entre outros livros.