Mostrando postagens com marcador moda. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador moda. Mostrar todas as postagens

domingo, 1 de novembro de 2009

Coco Chanel

Louco para assistir ao filme já citado no blog do amigo Tony Goes, Coco Antes de Chanel. Vou deixar de lado neste post a polêmica sobre os aspectos deixados de lado e os abordados neste filme sobre a mulher complexa e superadora que foi Gabrielle Bonheur “Coco” Chanel (* 19 de agosto de 1883 - + 10 de janeiro de 1971).

Nascida na pequena cidade francesa de Saumur, Coco passou sua infância em um orfanato. Isto não a impediu de tornar-se uma das mulheres mais influentes de seu tempo, além de designer de moda vanguardista, com seu estilo feminina inspirado no masculino, no minimalismo caro e chic que marcou toda a moda do final do Século XX. Na sinopse do filme no Guia da Folha lia-se: perto de Coco as demais mulheres pareciam enfeites de bolo. Fundadora da famosa grife de roupas, perfumes e acessórios Chanel, Coco teve tamanha importância transformadora na moda que foi a única pessoa da área a ser listada entre as “100 Pessoas Mais Influentes do Século (XX)” da revista americana TIME.

Coco teve cinco irmãos e irmãs e sua mãe faleceu de tuberculose quando ela tinha apenas 12 anos. Foi então que o pai, que precisava trabalhar para o sustento da família, deixou Coco em um orfanato num mosteiro católico, onde lhe foi ensinado, por feliz coincidência, o ofício de costureira. Junto com as técnicas mais requintadas aprendidas de parentas durante as férias escolares, isto permitiu-lhe que, ao sair do orfanato aos 18 anos, Coco prontamente conseguisse um emprego numa alfaiataria.

Desde então começaram seus affairs com diversos homens ricos e influentes. O dândi e milionário francês Étienne Balsan lhe introduziu ao mundo do luxo e do glamour: diamantes, perfumes, vestidos refinados e pérolas (que viriam a ser suas joias prediletas por toda a vida). Durante seu caso com ele desenvolveu o gosto pelo design de chapéus, na moda então. Deixou-o, mas não sem antes apropriar-se de seu apartamento em Paris. Iniciou-se no comércio em 1913, sem sucesso. Mas isso não a fez esmorecer. Na mesma época iniciou outro caso com um amigo de Étienne, Arthur “Boy” Capel, que deu-lhe capital para reiniciar-se no comércio de moda. Teve como freguesas famosas atoras francesas, o que lhe impulsionou os negócios. Aos poucos, incorporou a partir de 1913 clientes da aristocracia. Ainda na Primeira Grande Guerra passou a pregar que as mulheres deviam vestir-se para agradar a si próprias e não seus homens.

Após ficar famosa e rica, falseou a própria biografia para “apagar” sua origem humilde. Provável tentativa de superar os traumas do passado. Acredita-se que em 1920 teve um caso com o compositor casado Igor Stravinsky, a quem convidou , com sua família, a residir com ela, no papel de mecenas.

Em 1923 declarou que “ a simplicidade é a nota central de toda verdadeira elegância”. Ao contrário dos demais profissionais da alta costura europeia, Coco mantinha a mulher como elemento central, em roupas simples e reveladoras, que pudesses ser confortavelmente usadas. Gabava-se: “Dei às mulheres uma sensação de liberdade, devolvi-lhes seus corpos: corpos que estavam encharcados de suor, devido aos ditames da moda rebuscada, laços, espartilhos, roupas íntimas, entretelas." Deu novo status a tecidos considerados menos nobres.

Coco é associada às “melindrosas” dos anos 20, que desafiaram o status quo da época e lutaram por igualdade e direitos, como a comunidade GLBT faz na atualidade. Demonstravam tal independência através de nova atitude e postura, com cabelos e roupas curtos, uso explícito de cosméticos, e hábitos de fumar e beber coquetéis publicamente, como os homens. Deram um salto em relação às suas mães: praticavam esportes, possuíam seus próprios carros, tinham vida noturna e curtiam jazz. Esta filosofia teve como ícone a “jaqueta” mais famosa criada por Chanel: o tailleur. Também eram marcas registradas suas a confecção mais confortável e sem costuras que incomodassem, bem como a "manga de três peças", confeccionadas separadamente e costuradas à mão à peça principal.
A confecção relativamente pesada, com botões metálicos e bordas costuradas, tinha o planejado objetivo de dar peso e suporte a tecidos leves e frescos. Obtinha roupas de um conforto superlativo, parecidas mais com roupas do dia-a-dia que de alta costura, mas SOMENTE neste aspecto. Tais conceitos foram poderosos e duraram gerações.

Com o início da Segunda Guerra Mundial em 1939, viu-se obrigada a fechar suas lojas. Passou toda a ocupação nazista da França hospedada e refugiada no Hôtel Ritz Paris. À época, foi duramente criticada por mais um suposto affair, com um espião nazista de alto escalão: Hans Gunther von Dincklage. Mas foi graças a isso que Coco pôde permanecer no hotel.

Mudou-se para a Suíça em 1945, retornando a Paris apenas em 1954, ano em que retornou à alta costura. Contudo, nunca foi perdoada pelos franceses por seu suposto colaboracionismo, e teve de contar com fiéis consumidores britânicos e norte-americanos.

Coco nunca perdeu sua irreverência e independência. Durante namoro com o Duque de Westminster, aproveitou o exemplo para explicitar por que nunca havia se casado: Houve várias Duquesas de Westminster. Chanel, só há uma!

Morreu de infarto cardíaco em sua suíte particular no mesmo Hôtel Ritz Paris, com bem vividos 87 anos.

Vamos ao cinema?

terça-feira, 28 de julho de 2009

Verdade seja dita


Special item by MARC JACOBS
(U$24)