quarta-feira, 8 de julho de 2009

Carruagem de Fogo


A imagem do post anterior (censurado) é uma concepção artística da carruagem de fogo do Profeta Elias, e me faz lembrar de escrever mais uma crônica de fato fictício (para os que preferirem), de acontecido esta semana.

Estava eu jogando Mafia Wars no "feicibuqui" - meu novo vício cibernético - quando a Tábata anuncia a presença ilustre de um nosso ex-presidente: Juscelino Kubitschek de Oliveira (Diamantina, 12 de setembro de 1902 — Resende, 22 de agosto de 1976). Claro que estava aqui apenas para uma visita, um café e um bom papo. Pelos seus anos luminosos no Governo Federal, foi agraciado com o andar superior, com liberdades para ir e vir. Conseguiu, como poucos, ser médico, militar e político de expressão nacional.

JK, como até hoje prefere ser chamado, muito se orgulha, e com razão, de ter sido eleito pelo voto direto. Sedutor e simpático como de praxe, foi logo estendendo a mão e adiantando que vinha a pretexto de boas novas. Esteve reunido com Senadores da "Nova República" e do "Regime Militar", todos de São Paulo, para uns goles de uísque e umas baforadas de charuto. A lista, embora seleta, era significativa. Estavam presentes: Alexandre Marcondes Machado Filho, Antônio Barros Filho, Auro de Moura Andrade, Monsenhor Benedito Mário Calazans e André Franco Montoro (um corajoso lutador pela redemocratização).

Comecei a ouvir cético, pois não acredito em senadores que são padres e em líderes de partidos comunistas que acreditam em Deus. Mas, num país em que banco nem parece banco, vai se dizer o que?

Alguns, como Mauro Andrade, arrependeram-se posteriormente de ter apoiado a princípio o Golpe Militar de primeiro de abril. Mas, de arrependidos, estamos lotados. O fato é que JK me explicou que estão alvoroçados com o mar de lama do Senado. Verdade que a lama vem desde os tempos do Palácio do Conde dos Arcos, a primeira sede do Senado. Mas as coisas têm se avolumado e o que parecia um passo à frente para o fim do coronelismo mostrou-se ineficaz face aos passos para trás que deram-se nestes anos. Imagine uma família que domina a política em dois Estados da Federação. Imagine um político inexpressivo que chegou por prestidigitação à Presidência da República, sem falar que foi um indireto.

A conversa foi longa e não posso revelar detalhes, mas foi-me garantido que não há mal que não tenha fim.

Termino agradecendo ao Pavi por ter orientado a criadagem a servir o tal "café Jacu Bird" apenas ao convidado. Eu, passo. Prefiro um seguro Nescafé.

Um comentário:

Pavinatto disse...

Que maldade... É um ótimo café. Jusça adorou: disse que, tendo tomado 5 xícaras, tinha impressão de ter tomado 50.