terça-feira, 2 de junho de 2009

O INIMIGO TEM ROSTO... E JORNAL QUE O PUBLIQUE!

Já comentei, em alguma oportunidade, que comecei a blogar pelo sentimento de indignação ao pensamento, veiculado com habitualidade pelo jornal O ESTADO DE S. PAULO, de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, um dos pilares da Opus Dei na mídia.

No meu extinto blogo Passado com o Brasil, em 09.09.2008, expus minha revolta ao ataque desse católico fundamentalista a um Projeto de Lei patrocinado pelo IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito de Família), que visa, dentre outros pontos, a inclusão da família homossexual na legislação brasileira.

Em 23.03.09, cheguei a me queixar aos editores d'O ESTADO DE S. PAULO nos seguintes termos: "é justamente nesse espaço, Opinião, que mora meu maior desconforto: Carlos Alberto Di Franco. (...) francamente, é difícil de engolir. Pois, além de causar azia, causa-me asco. Asco este que não me causam as palavras de líderes religioso, por exemplo, pois estes assinam suas palavras como tais. Asco deixaria de me causar o Sr. Di Franco se este se assumisse como membro da Opus Dei, por exemplo. Do jeito que está (do modo como assina seus artigos), este Sr. só faz macular a imagem dos jornalistas, pois é trazido como uma autoridade dessa profissão. Quer estragar minha manhã? Publique o Sr. Di Franco."

Sobre ele, voltei a falar, já neste R.H., em 18.05.09.

Mas ontem, 01.06.09, DI FRANCO voltou a vociferar contrar uma possível família homossexual. Sobre o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), documento firmado por representantes de 18 Ministérios do governo Lula, ao comentar que o "governo quer que seja incluída nos livros didáticos a temática de famílias compostas por lésbicas, gays, travestis e transexuais", e que, ainda, "na área da educação, recomenda cursos de capacitação para evitar a homofobia nas escolas", DI FRANCO sentencia que:

"Não cabe ao governo, com manuais, cartilhas e material didático, formatar a cabeça dos brasileiros. Tal estratégia, claramente delineada no discurso do secretário Paulo Vanucchi, tem nome: totalitarismo. O governo deve impedir os abusos da homofobia, mas não pode impor um modelo de família que não bate com as raízes culturais do Brasil e nem sequer está em sintonia com o sentir da imensa maioria da população."

Que a Igreja Católica, mormente as alas fundamentalistas da Opus Deis, sejam contra os homossexuais, não há novidade nisso. O fato aqui é que, na mídia, o inimigo do movimento LGBT tem nome e foto: É CARLOS ALBERTO DI FRANCO.

Se tivesse sido jornalista no final do Império, certamente o Sr. Di Franco colocaria a Princesa Isabel no mesmo lugar em que vem colocando tudo o que se refere à dignidade homossexual em seus artigos.

Por isso, deixei de assinar O ESTADO DE S. PAULO.

Um comentário:

Alexandre Lucas disse...

Pessoalmente, leio a Folha. O Estado lia o finado pai da minha mãe, meu avô.

Quanto à Igreja Católica, apesar do dogma da infalibilidade papal, já vimos a Igreja desculpar-se pelos absurdos cometidos na Idade Média, pela venda de indulgências, pela inação no Holocausto, pelos casos de pedofilia, pela negação do caráter humano de negros e índios, pelas Cruzadas, etc...

A vez dos homossexuais chegará. Pois ninguém, nem o próprio Papa, deve julgar seu próximo ou amá-lo menos que a si mesmo.

Pelo menos é o que diz a Igreja. Ou deveria dizer.