segunda-feira, 18 de maio de 2009

ANJO E DEMÔNIO

CARLOS ALBERTO DI FRANCO, um dos pilares da Opus Dei na mídia, tem "cadeira cativa" no espaço Opinião d'O ESTADO DE S. PAULO, jornal que leio diariamente e que entendo ser o mais sério deste país (a despeito de suas falhas, como a coluna de Di Franco, por exemplo). Hoje, para meu desagrado, exercitando meu masoquismo (sim, um assessor - ou ex, não sei - do Padre Quevedo - o do "Iso nôn ecsiste!" -, incomodado com minhas críticas ao articulista em questão, disse que eu era masoquista ao ler algo que me desagradava... Sobre esse assessor: um coitado, um beócio que mal sabe escrever corretamente), li o artigo de DI FRANCO intitulado Estrategista do Perdão.

Adivinhem quem é o estrategista do perdão: RATZINGER, o Papa Ben(i)to XVI!


Anota o jornalista DI FRANCO que a "viagem ao Oriente Médio, onde os filhos de Abraão, cristãos, judeus e muçulmanos, vivem num conflito permanente, não foi apenas a realização de um sonho do pontífice. Foi, na verdade, o corolário de uma vida dedicada à paz".

Vida dedicada à paz? Ou o Papa não era vivo (vegetava, talvez) aos 14, 15, 16, 17 anos de idade ou a "vida dedicada à paz" é balela. A juventude do papa não faz parte de sua vida? E a Juventude Hitlerista? E o Exército Nazista? Ah (alguém poderá exclamar)! Mas isso era compulsório, o Papa foi obrigado a isso na juventude. Oh (outros também exclamarão)! Mas ele se arrependeu e Deus perdoou.

Tudo bem. Pode até ser que ele tenha sido coagido a ser nazista e que ele tenha se arrependido. Contudo, é lógico dizer que tais fatos não tiram o condão da falácia trazida pela expressão "vida dedicada à paz", pois o passado não se apaga (como muito bem já ensina a genialidade de São Tomás de Aquino).

Poderia DI FRANCO dizer que o Papa passou a se dedicar à paz e que vive a ela dedicado. No entanto, nunca se poderá dizer que sua vida foi a ela dedicada. Fato!

Nesse ponto eu também me pergunto por quê, numa Igreja permeada por mártires, o Papa, na época do nacional socialismo, não fugiu ou não buscou artimanhas para se desvincular desse "serviço" como alguns fizeram com bravura. Mas deixo a questão de lado pois, se Pedro negou Cristo por três vezes, por que seu sucessor não pode negar duas? Ele ainda está no lucro!

Mas a reflexão do Dr. DI FRANCO continua e ele cita, com orgulho, uma frase do Papa: "Não deve haver lugar nessas muralhas para estreiteza, discriminação, violência e injustiça".

Ora, ora, ora... O Papa contra a discriminação! Acho que um homossexual não pode concordar com isso, principalmente se esse homossexual foi massacrado pela própria família que, para apontá-lo como doente, se valeu das palavras do Papa ("destruição do trabalho de Deus"; "Não é o homem que decide, é Deus que decide quem é homem quem é mulher").

Um comentário:

Alexandre Lucas disse...

É por essas e outras que já te aconselhei mil vezes a não ler o Estado.