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terça-feira, 7 de julho de 2009

A unanimidade é burra

As pessoas - em geral acomodadas - não costumam se lembrar, mas João Pereira Coutinho nos lembra na última página do caderno Ilustrada da Folha de São Paulo de hoje (texto na íntegra aqui para assinantes do UOL ou do próprio jornal impresso):

É preciso entender os nazistas como um grupo homogêneo, impermeável à crítica.

...Nós, os puros, contra os inimigos impuros: eis a mentalidade típica do extremista. De ontem e de hoje.
Não se iludam. Um esquerdista faz sempre falta numa reunião de reacionários. Um direitista faz sempre falta numa passeata de Porto Alegre. Porque as sociedades livres, no essencial, não se distinguem dos casamentos felizes. E não há casamento que resista quando trocamos vozes distintas por monólogos entediantes.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Medo


Não podemos deixar de sentir medo e consternação quando uma ditadura militar permite, ao sub dimensionar o sistema de segurança de sua oponente durante um conturbado processo eleitoral, o assassinato de uma de suas políticas mais influentes. Secular, mulher e educada no ocidente, era vista como inimiga número um pelos extremistas islâmicos. Sinto medo porque tanto os extremistas islâmicos quanto os militares da ditadura, são "crias" do país que deveria ser o mais evoluído, rico e democrático do planeta, os EUA. Os primeiros durante a ocupação soviética do Afeganistão e os segundos como desculpa para a "Guerra Contra o Terror".

Nunca acompanhei de perto a política paquistanesa, devo confessar. Acredito na amiga e colaboradora Libanesa de que Benazir Bhutto era acusada de corrupção em seus dois mandatos como Primeira Ministra, uma espécie de Maluf local. Que eu saiba, nada chegou a ser analisado de forma definitiva pela Justiça. Difícil, num país em que a ditadura recentemente renomeou a maioria dos juízes da Corte Suprema.

Como cidadão de um país que foi vítima de uma ditadura militar, tendo nascido sob essa mesma ditadura, tendo ajudado a esquerda a chegar ao poder e visto essa esquerda não ter tido ainda a coragem de abrir os arquivos do Regime Militar, não posso deixar de sentir compaixão pelo povo paqistanês e medo de que a justiça seja demasiado lenta para corrigir alguns males deste mundo.

Perde a democracia, a liberdade e nós mesmos, como seres humanos.