sábado, 15 de novembro de 2008

Rio de Janeiro - 30 anos

Inicio dizendo que estes argumentos se aplicam, com modificações, a TODO o país. Tive a idéia de escrever sobre isto ao ler este artigo do amigo blogueiro Gui Silva (atualmente - à la Prince - tentando mudar o nome "artístico" para "Guee" ? ).

Lá ele manifesta, como podem lê-lo vocês todos, a indignação de cada brasileiro frente a mais uma morte por dengue hemorrágica no Rio de Janeiro e prenúncio praticamente CERTO de nova epidemia. Dengue hemorrágica não cai do céu.

O problema é que nenhum político, especialmente aqueles em campanha, tem coragem e sinceridade de dizer a verdade: vivemos em um país castigado por séculos de maus governantes e corruptos ativos e passivos, que não há fórmula mágica, que as próximas duas gerações já estão perdidas, e que a maioria dos problemas não serão resolvidos - na melhor das hipóteses e com governantes competentes e honestos - em menos de 30 anos ou mais.

Mas também é necessário dizer que duas gerações não representam nada para um país, e que é um período de tempo pequeno a se pagar para uma nação. Especialmente para a maioria heterossexual que pensa, ou deveria pensar, como nossos antepassados imigrantes lutadores, em seus filhos e netos.

Fica para a discussão, mas os únicos caminhos são Justiça (no sentido da lei, ordem e fim da impunidade), Saúde Pública (sem a qual nem os setores produtivo nem a Educação vão bem) e a Educação, solução demonstrada pela história universal a ter funcionado em todos os países em que aplicada.

Mas a Justiça é subestimada. Acham que deve ser boazinha, branda, cheia de protelações como a brasileira, que ainda tem o agravante de ser BEM diferente para ricos e pobres. Sem o braço forte da lei e da ordem desviam-se verbas da Saúde e Educação (e tudo o mais), invadem-se hospitais para acertos de contas e assassinatos, profissionais da saúde recusam-se a trabalhar em bairros perigosos/favelas/morros. A Educação não avança, seja pela venda de diplomas, pelas fraudes nas provas, ou pela simples e direta violência que, a exemplo das escolas de SP, levou a colunista da FOLHA Barbara Gancia a pregar que devemos assumir a falência do ensino público e lacrar as escolas por falta de qualquer serventia, além de prestarem-se ao crime, intimidação, extorsão e tráfico.

A tirinha abaixo é sobre o Rio, mais uma vez do grande analista político-social (nem sei se ele se acredita um) André Dahmer, mas, como disse, é bem sobre o Brasil:

4 comentários:

Alexandre Lucas disse...

O Mlavadinho do último quadrinho, não sei porque, lembrou-me o Ludo...

Alberto Pereira Jr. disse...

brilhante post Ale! triste tudo isso, mas pura verdade.. e a Dengue e mais morte já se avizinham...

Gui Sillva disse...

Adoray o: "Gui Silva (atualmente - à la Prince - tentando mudar o nome "artístico" para "Guee"?)". Isso é coisa do Clebs que só me chama assim. ha ha ha

muito bom o seu artigo. como sempre, falou bem melhor do que eu.
e pelo visto, esses governantes são, a maioria, passivos.

ps.: fique tranquilo com relação as brincadeiras. não leva nada muito a sério.
adorooooooo

BHY disse...

é, não tem solução, mesmo. é por isso que me animei a ser professor. sei de toda a merda que há no setor da educação, mas se não consigo sair desse país, vou tentar fazer algo por ele. ;-)