domingo, 25 de novembro de 2007

Telebrás ainda existe?


Só no Brasil privatizam TODO o sistema de telefonia fixa e móvel, e descobrimos anos depois que continua existindo a Telebrás... Reproduzo abaixo parte da coluna do Elio Gaspari na FOLHA de hoje (texto integral apenas para assinantes). Tirem suas próprias conclusões e POR FAVOR comentem. Será que só eu acho absurdo???

"Lembra da Telebrás? Querem ressuscitá-la


O governo de Nosso Guia produziu dinheirinho fácil com um negócio inexistente: 200% num só dia

EM 1995, QUANDO O Estado tinha o monopólio das telecomunicações, a Embratel avisou a patuléia que ofereceria "acesso pleno aos seus serviços de internet". "Acesso pleno" significava o seguinte: os teletecas aceitavam apenas mil novos usuários por mês. Havia 15 mil vítimas na fila. Pensava-se em estatizar o tronco da rede.
Felizmente, o ministro das Comunicações era o grão-tucano Sérgio Motta. Ele chutou o balde, acabou com o monopólio, leiloou as teles e passou adiante a Embratel. Sobrou uma sementinha, a Telebrás.
Ela dormiu durante nove anos e reapareceu, misturando megalomania, mico, fracasso e dinheirinho fácil.
A megalomania saiu do Planalto. É um projeto de estatização do uso comercial dos 16 mil quilômetros da rede de fibras ópticas do sistema elétrico e da Petrobras. Seria coisa boa, capaz de levar conexões de banda larga para quase todas as cidades brasileiras. O governo acredita que, com R$ 10 bilhões, levará a internet rápida a 150 mil escolas. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciou que a iniciativa pode ser tocada ressuscitando-se a Telebrás.
Faltou contar que em 1999 o acesso a essa rede de fibras foi vendido à empresa americana AES, associada à Eletrobrás. Para isso, criou-se uma estatalzinha chamada Lightpar. A Eletronet faliu em 2003, deixando um buraco de R$ 700 milhões nas contas dos fornecedores. A essa altura a Lightpar estava aparelhada pelo PT. Noves fora um escândalo pessoal envolvendo menores, sumiram livros com informações financeiras e, num só semestre de 2005, ela custou R$ 724 mil, com 28 funcionários para fazer nada. Numa economia capitalista, os credores da Eletronet micariam. Como a bolsa da Viúva foi esquecida na mesa, eles querem vender seus créditos.
Quando Hélio Costa anunciou que a Telebrás poderia ressuscitar, o governo de Nosso Guia produziu dinheirinho fácil com um negócio inexistente. As ações da empresa saíram do estado de catalepsia e valorizaram-se 200% num só dia.
A iniciativa privada, que recriou o sistema nacional de telecomunicações, está confinada à periferia da exploração da rede de fibras. Os teletecas, que azucrinaram os consumidores e conceberam a sociedade da Eletrobrás com a Eletronet, apresentam-se como a voz o futuro. São o ronco do passado."

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