quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Fio-Terra


O Brasil não é mesmo um país sério. Basta que a maioria faça numa revisão pessoal se já viu um simples sistema de aterramento como o da foto ao lado. Os chuveiros, geladeiras e microondas ficam com o chato "fiozinho verde" solto ou enrolado atrás do aparelho, sem função. Nossas tomadas tem apenas dois fios/pólos, em sua gigantesca maioria no padrão nacional. O terceiro, visto principalmente em plugues de micros e respectivos estabilizadores, e que muitos técnicos cortam sem a menor cerimônia, serviria para o famoso "terra/ground".

Esta introdução acima serviu apenas para ilustrar e aproximar de nosso cotidiano uma lista acerca do Brasil de 2007 que a brilhante jornalista Eliane Catanhêde elencou em seu artigo da edição de início de ano na Folha de São Paulo (texto integral disponível para assinantes da Folha ou UOL):
  • crianças brasileiras nasceram porque o anticoncepcional injetável falhou;
  • tomaram leite com soda cáustica;
  • brincaram com brinquedos que produzem ecstasy líquido ou têm excesso de chumbo na tinta;
  • rapazes mal-educados esbofetearam uma empregada doméstica no Rio;
  • a menina jogada numa cela com 20 homens no Pará;
  • o menino torturado até a morte por policiais em Bauru (SP), dentro da própria casa, gemendo a poucos metros da mãe e da irmã.
Vítimas de polícia que tortura quem deveria proteger, de Estado que expõe ao abuso sexual quem encontra-se sob sua tutela, das Agências que como a ANVISA fiscalizam de forma falha e precária, porque faltam fiscais neste país mas sobram acessores. Vítimas de pais ausentes e de um sistema educacional falido.
Concordo com ela em seu parágrafo final, em que conclui:

"A violência atinge todos, e não apenas os ricos, os compositores e atrizes que têm carros blindados e vão parar nas capas dos jornais. As vítimas mais frágeis são as crianças -e, entre elas, as mais pobres. Cabe a todos, governantes, legisladores e cidadãos, protegê-las. Mãos à obra e ótimo 2008!"

Um 2008 de muita reflexão para todos nós :)

E MUITAS MÃOS À OBRA!

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